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Foto do escritorROQUE FRIZZO

VILLA DEI TRONI

Arquitetura e História: A Materialização da Vila Dei Troni

A Vila Dei Troni não é apenas um projeto arquitetônico; é uma narrativa que convida a ser tocada, sentida e vivida. Trata-se da materialização de uma vila, com suas ruas pitorescas, praças, pequenos comércios e serviços, refletindo não apenas prosperidade monetária, mas também riqueza cultural. Nas entrelinhas, histórias são contadas, algumas passando de geração para geração, transformando personagens em quase lendas, dada a incrível trajetória que percorreram.



Uma dessas histórias é a de Ana Maria Pauletti Rech, respeitosamente a inspiração por trás desse projeto, assim como de dezenas de outras famílias que deram vida à Vila que leva seu nome. Não é uma mera reconstrução histórica; é uma busca pela vivência autêntica, uma imersão na jornada que desejamos entender e reviver. A proposta é que essa imersão traga à luz a vida cotidiana, as proezas, a rotina, a lida na colônia, a abundância e a escassez.

Ao longo do projeto, testemunhei a emoção nos olhos de Edson Tomiello a cada passo adiante. Cada nova casa que se erguia dava forma à vila, tornando o projeto singular e imprevisível, pois é vivo. Descobertas constantes exigem revisões, correções e entendimento da importância de cada detalhe. Meses de pesquisa, apoio de profissionais e relatos da comunidade moldaram o que agora é conhecido como a pequena vila do Trovão.

O cerne do projeto, representando a fé, é uma pequena capela, cercada por uma praça acolhedora e um coreto central, aguardando as celebrações e encontros comunitários. A praça é o coração do projeto, onde se encontram barbeiros, alfaiates, salões comunitários e a querida bodega, lugar de risadas, encontros dominicais e partidas de carteado. A bodega e a casa da nona compartilharão cheiros e sabores, unindo costumes italianos e tropeiros ao redor da mesma mesa.


Foto: Foto de 1910 nos arredores de Santa Lúcia, Fazenda Souza e Vila Seca por Domingos Mancuso - acervo Renan C. Mancuso

Os tropeiros chegarão ao armazém de Ana Rech, trocando produtos e experiências antes de descansar à sombra das castanheiras. A proposta é que a vila opere como um hotel, onde cada casa conta sua própria história, remetendo aos ofícios do ferreiro, costureira, fabricante de lamparinas, trançador de garrafões e outros. Os turistas serão imersos em uma colônia que ainda produz uvas em videiras centenárias, assa seu próprio pão e serve os melhores vinhos da região.

A Vila Dei Troni não apenas receberá hóspedes, mas também envolverá a comunidade nessa experiência de vida. Nas casas, na praça, no armazém de Ana Rech, na cascata do moinho e à beira do riacho, as pessoas poderão compartilhar histórias antes que desapareçam. Um restaurante contemporâneo, feito com materiais semelhantes aos do passado, oferecerá alta gastronomia, incorporando técnicas construtivas e hábitos desaparecidos.


Foto: Propriedade de Bortolo Andreola, localizada em Ana Rech, interior do município, que contava com moinho hidráulico. Autoria não identificada, 1922 - Fundo Vicente Argenta. Acervo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.

O projeto busca trazer o passado não através de quinquilharias empoeiradas, mas sim recriando um tempo onde as paredes eram novas, e as janelas se abriam para o futuro. Cada edificação será um lugar vivo, contendo móveis, objetos e cenários que resgatam a autenticidade de uma época. A Vila Dei Troni, ao resgatar peixes e caranguejos, pretende ser um cenário vivo para contar e ouvir histórias, conectando passado, presente e futuro.

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